
FADO # 1
Exéquias desenrolam-se nos Prazeres,
Enquanto cabeças rolam nas Necessidades, AH, AH, AH
E o arqueólogo disseca as inúmeras cabeças
Flamejadas pelos estupefacientes, logo ali
Em frente à leitaria Nogueira, que afinal é alugada
Por dois irmão provenientes do Minho
Aturdidos pelo rap das longas esperas dos clientes
Em busca duma crise realmente violenta
E nas fímbrias vistas do rio, que em lata surge, resplandecente
Às cavalitas dos horríveis prédios construídos
Pelos sacerdotes da urbanização algures nas décadas
Da imbecilidade aguda dos emolumentos autárquicos
Surge agora pelas folhas caídas do Outono
Um cheiro a terra que imana dos feéricos
Motivos que levam a um balde de cal e um sino
Com que se arruma o assunto.
Januário Esteves
13-12-2007