Infantilidade
Crianças são e ainda seremos, quando velhinhos forem
Na insólita descoberta do quanto aprendemos
Galopantes fantasias sobre a matéria que queremos
Atónitas brincadeiras que nos assombram
O sermos tudo, o sermos quase, que vale tudo
Os nossos os outros e o mundo, o vento, o mar
O pasmar em si, o ocultar mudo
O dizer cheio de ventura, o profundo cismar,
Que nos enleva, sonhando a vida
Cheia de outras coisas impossíveis, de encanto
Ao adverso da contrariedade vencida
Que nos enchem de espanto.
Januário
Pensar Constança
28-10-2008