
Excessiva vivência farta permanece
O real purga do imaginário o transcendente
A vida, essa fica para quem nos esquece
E só a memória resiste colorida e mordente
Tudo se vai estuporadamente ao nada
Atiçar os fantasmas do esquecimento
À fortuna que é concedida e não dada
Sobra infrutífero e incapaz lamento
A ti, Deus, peço a tua ajuda, desesperado
A ser como outrora, inocente e não sabendo
O quanto aqui não quer ficar, estropiado
Pelas pequenas coisas que foi cometendo.
Januário
3/8/00