
CAFEDE
Vigilâncias carregam o sumir
Da existência, corvos de inquietação
Tudo se resume a não ter onde ir
Batalhas feras de Argamedão
Desamorados enleios que vibram
Na cor citrina dos objectos
Cheiros de suor que enfibram
Até os mais circunspectos
Crentes do azul adormecido
Plasmam vontades afectivas
Criadas no cerne escarnecido
As dilatam em perspectivas
Sósias de outra dimensão
Procuram sem fim o segredo
Só a chave do coração
Abre a fechadura do medo
Partir para longínquas alturas
Onde ser homem não custa tanto
Estancar o riso das nevruras
Em belos estribilhos do canto.
Outro Lugar
Castelo Branco
Januário
17/11/01