sexta-feira, 26 de janeiro de 2007


Círculos de vivências fecham-se
Nada acompanha a pose que as acolheu
Para lá da retirada o sobre excedente dizima
As recordações recalcitradas num ângulo de pura putrefacção
No introspectivo silêncio.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007


A luz surge de todo lado, ofusca quem a enfrenta e cega, mas claramente se vê melhor ofuscado pela luz, pois para dentro somos obrigados a ver, o quanto dentro de nós resplandece como ser.

Sonhando vivemos mais a vida exortando fantasmas
De existências passadas entregues à combustão
Fulminante do desejo.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007


Partes de vida retiradas ao esquecimento instalam-se
Interrogando a intimidade, agora é a dolorosa aquiescência da morte dos entes queridos, e o nosso mesmo destino depois, mais adiante a consciência da maldade humana que tudo dizima escabrosa, em seguida os dias felizes no crepúsculo dos dias quentes, e o sorriso daquela que amamos e por toda a parte surgem novas vidas, acrescentadas.

Solitário

Solitário também é o encontro com o mundo,
Pois voltado para si o homem encontra o mundo,
Diverso e plural e ao mesmo tempo o mesmo.



Raíz-tempo




Raiz-tempo, emanação do fundo precedente, onde formámos o carácter
Pela vigília adormecidos fomos ao sono que nos oculta
Nele repousamos a esperança de quimeras sonhadas
E entre pulsações que vão e vêm, permanecemos excedentes de presunção
Dizimados no entardecer do apogeu.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Campos


Campos, árvores, flores, e os animais na terra estão para nossa companhia, sem eles a terra inócua teria sentido?

Noite


Eis a Noite, mãe acolhedora de todas as coisas, Nela tudo se dissimula e somos todos mais iguais

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Ana e Constança


Ainda para ti corro

Ainda para ti corro, logo que chamas
E noviço procuro o teu regalo
E às avessas fico quando clamas
Que maior prazer é dá-lo


E porque vou por ti sonhado
Abraça-me a melancolia
De possuidor ter deplorado
Em prantos de agonia


Amor que és sagrado
Para consolo da existência
Em ti tudo nos é dado
Não sem intermitência


Sinto ainda o teu sabor
Cada dia promulgado
Em saber resistir à dor
Sem da vida encarcerado.

Constança


Miríade

Só o sonho da vida afugenta a morte, mas só a morte nos liberta da vida que traz a morte, pois o sonho sonhado é o que permanece intermutável.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007