quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Os avoengos


Inspirado pelas memórias avoengas
Aturdido pelo migrar das gerações
Fui pelo desejo de carpir às cegas
O que em muitos foram cessões

Mas em todos encontrei o fito
Por que sofreram e porfiaram
Portugal, Portugal, foi o mito
Por quem no fim se entregaram


Viam longe, pelo matagal cerrado
O que mais adiante se aglutinava
Num pasmar constante, de ignorado
A memória cáustica, aplicava

Boas lembranças improcedentes
Que a nós nos lembravam
Os dizeres das mortas gentes
Que tanto nos avisaram.


Januário


29-11-2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sagrações


Sagrações atropeladas
Em júbilo no asfalto
Na plataforma do descanso
As emoções são retiradas
Ao que berra mais alto
Presidiário do vil amanso.




Januário

4/3/86

Sim


Sim, hoje tudo transparece
De novas formas entrevisto
E o que foi, nos esquece
De sermos alma do corpo visto
Soletrando a pubescente candeia
Loucos de reflectir o caos
Os braços de consumir a ideia
Do que nos trouxeram as naus
Sim, tudo isso, hoje é nada
Frágua de nos sentirmos sós
Abandonados de fortuna tragada
O destino fosse a enxada
De chão lavrado fossemos nós
Certeza fecunda disseminada.



Januário

7/1/86