terça-feira, 17 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Flor da Rosa


FLOR da ROSA





Naquela tarde de planície ao sol
Por entre calhaus e estevas que desabrocham em chagas de Cristo,
Meus martírios vi espelhados no Céu
Toda a luz recuava, o chão fendia, o medo se instalava
Do desespero da angústia, nasce a solidão, e a angústia, essa nasce de não haver amor,
Por isso creio em que remotos lugares são semelhantes a este,
Com montes, vales, arvoredo, água, e o cheiro peculiar de sua massa,
Instituímos um desejo, que o nosso sacrifício seja revalidação de todos,
Catedral de luz,
À rosa damos nós a beleza.




(a perfeição sublimada)


Crato


Januário


26/08/01

quinta-feira, 5 de março de 2009

GOVE



GOVE


As moscas embebedam-se no whisky
No copo meio cheio meio vazio
Enquanto a lenha crepita na lareira
Alguém está e não está
Consumido pelo fogo que justamente
Arde o ar do espaço
E se volatiza em vazio que preenche o espaço
A menos que o telefone toque
E aí surge a realidade
No sentido da voz
Que volta a encher o espaço
Na mesma medida, porém
Em que deixa de existir
Mal o cão ladre a presença
Da forma que se pronuncia
Na boca a degustação do vinho.



Decomposição


Baião


Januário


20/11/01

Nave de Haver



NAVE DE HAVER





No cimo do granito empedrado
Junto à Rua Direita que sobe
Jurei ao Dragão meu Fado
Pois quem não luta, soçobre


Temi meus dias escuros
Os dentes cerrei timorato
De quem movia obscuros
Pulsos do desejo nato


Construí a vontade de existir
Inventei a prole que me sustenta
Na existência pus o xis
Que mais me atormenta



Ter o ser na mão
E nele ser tudo
De hoje e então
Triste poeta mudo.






Sabugal

(o devir)


Januário



24/08/01