sábado, 17 de fevereiro de 2007

Recomeçar



A vida não faz planos, acontece simplesmente
A galope sobre esses verdes prados, essas
Nuvens cinzentas, esses prédios altos, qual altaneiros galinheiros

Onde apesar dela, todos, mal ou bem, se dão
Num puxar o saco, num rebentar as costuras
Tosse um murmúrio de insubordinação
Lateja o feroz desejo e sem planos tudo se congemina para o momento
Sublime de cidadão contra cidadão, comunidade contra comunidade,
Cidade contra cidade, país contra país, países contra países
E todas as nações turbilham para serem uma só

Um amontoado de acontecimentos cheios de presente.



Januário


03/02/01

(chostakovich)

lunismática


A Lua na sétima casa cria a desordem
De mim, pois sonhei o outro, que sou eu
Um sujeito pulsado por compulsivas tentações
Em nevruras de encharcamentos sociais
Pautado por uma emoção incomensurável
Que desce aos infernos da comiseração
E por lá fica até que a Lua se desloque.



Januário


7/8/00

Frenética alegria


Canto o pesar com alegria
Já nada sobre mim viola
O encanto da melancolia
O rebuçar quanto assola

À alma o frenético acaso
Pouse qual columbina
Do riso que dá aso
A buscar lamparina

Ou outra vegetal ideia
Daquelas que nos transpira
E a prática obsoleta
Pusilânime nos dá a ira

E para quê se acontece
Amar perdidamente
O ser, um ser, que nos falece
Amar perdidamente.



Januário

14/02/00

Coisas


Coisas sem importância nenhuma atravessam os ares
Equidistante da sobranceria o algoz vive entre negras
Tessituras de aflorado cognitivo que nada redime cantares
À noite escura e o dia solarengo, a vida entregas
Quem dera em tudo dissolver o que nos aproxima
Dar aquele ou a aquela a luz a luz que nos ressalva
Por ceder se ganha, dizei a coisa mínima ou máxima
Por lutar de justo a honradez , fá-la, ela nos salva.




22/11/00


Januário

(Scriabin)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

mainstream


Apoquentada a alma em sóbria distorção, de coriáceas mazelas
Se reacende a vida, mas só no aconchego do coração o infinito permanece.




Januário


28-06-06

Prisioneiro


Tecem os dias uma inexorável teia de tédios mortos e raramente sabemos sair dela, presos que estamos à fria e impotente desilusão de desejos não cumpridos.



Januário

18-07-06

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007


Inunda o Sol o corpo em sombra
Letárgica permanece a vontade
Já sem fio de horizonte, arde
O mar de ideia na onda tomba
Despojar sentidos com sofreguidão
Inconsciente quase nada de tudo
Pousio às guerras de escuridão
Promulgar exorbitâncias de veludo.




Januário

6/3/98

O que sou a mim mesmo me pergunto
E nada enxergo que me explique
O frémito terreno em que sobrevive
A manha desordeira do unto
Ultimo aconchego se transmuda
Em odioso cenário merdoso
E a alma o corpo vê odioso
Voluntário dar-se à cicuta.



Januário

18/1/95

Já dentro dos ventos e das marés
Fulminado fui pela dose excessiva
Tive o medo arrojado a meus pés
Excedi de mim a ausência possessiva

Em claro deambular prossegui
Tamanho ardor em tarefa inoportuna
Pus-me a chorar a dor e gemi
A guerra antes da fortuna.





Januário


1994

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Parabéns a nós


Olá minha querida, hoje fazemos quatro anos de companheirismo e dedicação, muitos parabéns.
Posted by Picasa

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007


Roí em nós uma perfuração contínua até ao âmago das entranhas
Uma umbilical ligação a todos os que já foram da vida retirados.

domingo, 4 de fevereiro de 2007


CATEDRAL


Foi ao índio que das pedras se fundou a missão
Consagrada à Imaculada Conceição
Torneadas as pedras pelo cinzel da fé
Em que gerações de ardor insígne pugnaram
Pela pedra fundamental que da Ibéria exauriam
Custódio de Sá e Faria, José del Pozo y Marquy
E o neoclássico , o Toribio.
Repousam entre as suas pedras os cívicos de outros tempos,
Feéricos tribunos de Deus e da Pátria que nela se inspiraram
E até de Papas foi visitada.
Anastacio Saraivia, José Gervásio Urtigas, libertadores
Nela temeram pela vida
Enquanto lá fora Agustín Barrios tinia acordes
Que só Andrés Segóvia reflectia.



Januário
21 -09-2004

200 anos da Matriz de Montevideu - Uruguay

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Dissimulação


Tudo se dissimula na perene ilusão de existência
Plantando formosos jardins em jazigos de pedra
Apenas a alma deixa lágrimas na eternidade.