domingo, 7 de novembro de 2010

étereo

Etéreo



Balofo de ares e alheio
À esquina roçando o meio
Esdrúxula testa afinca
O olhar súbito que trinca
Imperial vicio que domina
A noite chega o dia culmina
Tretas, minerais chocos, podres
Caras nas vacinas dos odres
Reduz-se e atina enxerga de ócio
Poses mágicas de alheamento ósseo
Esqueletam-se sistemas, confins
Abstracções dispostas das luzes ruins
Climas saturados de ambiente
O caudal imenso de gente
Para onde se dirigem? Destino,
Em ti tocam todas as coisas como um sino
De aldeia, o acolher do povo
À comunhão, à ascese do novo.


Januário

4/6/83

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