sábado, 6 de novembro de 2010

O bom do vizinho

O bom do vizinho
Pelas sete da manhã
Bebe um copo de vinho
Para ajuda da vida sã.
Gasta-se por caminhos iguais
De casa ao emprego
Sofrendo pelos metais
As relíquias põe no prego.
À noite a televisão
Fá-lo longe viajar
Sabe notícias e conhece como são
Grandes senhores a discursar
E pensando só
Julga conquistar o mundo
Em quimeras de sonho e dó
Navega mares sem fundo
Rotineiro em tudo o que faz
Na cama sua mulher deita
E adormece num sonho incapaz
De algo, súbito feliz, espreita.




Januário


3/82

Sem comentários: